TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA

Pessoas portadoras do Transtorno de Personalidade Narcisista sentem uma necessidade excessiva de serem admiradas e bajuladas. Possuem uma percepção grandiosa de si mesmas, são exibicionistas, gostam de contar vantagens e fazem de tudo para serem reparadas e reconhecidas por qualquer coisa, tais como, bens materiais, beleza, conquistas, etc.

Tendem a depreciar outras pessoas para que possam manter uma sensação de superioridade. Não se importam com os sentimentos e necessidades dos outros. São arrogantes, não admitem ser contrariadas e não lidam bem com críticas. Também são manipuladoras, intimidadoras e visam obter poder e status. São muito críticas em relação aos outros e muitas vezes não hesitam em se aproveitar de uma pessoa em prol de algum benefício próprio. 

Dentro da perspectiva da Terapia do Esquema, uma criança privada em algum aspecto (afeto, atenção, cuidado, empatia, etc.) ou que tenha se sentido muito criticada, invalidada ou humilhada, pode desenvolver esquemas de privação emocional, defectividade, dentre outros, e posteriormente tentar compensar seu sentimento de inferioridade se comportando de maneira oposta ao esquema, apresentando comportamentos de arrogância e superioridade como uma forma de mascarar suas vulnerabilidades. Pode parecer contraditório, mas o Narcisista possui baixa autoestima, e justamente por essa razão necessita dessa autoafirmação de valor.

Essas características de personalidade levam os Narcisistas a terem dificuldades de construírem relacionamentos sólidos e saudáveis. As relações são afetadas pela falta de empatia e pela sensação exacerbada de merecimento. No fundo, escondem crenças de inferioridade, imperfeição e insuficiência, um grande temor de fracassarem e de não serem aceitos ou amados.

Por serem pessoas autocentradas, não admitem possuir questões a serem tratadas e, portanto, dificilmente procuram psicoterapia para esse fim. Porém, quando sofrem perdas importantes, tal como uma demissão, uma rejeição, uma separação, etc, ficam com o seu ego narcísico completamente ferido, apresentando uma descompensação emocional significativa, e em função de outras comorbidades como depressão ou ansiedade, podem buscar  auxílio terapêutico, mas tendem a abandonar o tratamento quando precisam se defrontar com suas dores emocionais.

O principal foco da psicoterapia consiste em levar o paciente a compreender suas reais necessidades e o quanto seus comportamentos e a sua maneira de lidar com as pessoas geram consequências que lhes são prejudiciais. Para isso, é necessário que o psicólogo conduza o processo terapêutico de modo que o paciente possa fazer essas associações, uma vez que o mesmo tende a romper relações quando se sente confrontado.

Márcia Píncano Araújo 

CRP: 05/59924

Psicóloga Clínica

Terapeuta do Esquema

Pós-graduação em Terapia do Esquema

Capacitação em Diagnóstico e Tratamento de Transtornos de Personalidade – NUAPP

Bibliografia:

DSM-5  Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5a edição – American Psychiatric Association – 2014 – Artmed.

Young, Jeffrey. Terapia do Esquema: guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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