Sabe quando a pessoa cria o hábito de mentir até mesmo sobre mínimas coisas? Algumas vezes torna-se um comportamento automático, passando a fazer parte da rotina de seus dias, e ao final, começa a sustentar a mentira como se fosse a realidade.
Não se trata apenas da mentira intencional como forma para obter benefícios, mas destaco aqui o uso da mentira como traço de personalidade, construída na base de sua formação, e é claro, muitas vezes inserida em algum transtorno de personalidade, sobretudo usada para mascarar uma vida empobrecida por vazios existenciais e necessitada de validação.
Segundo a psicologia, a mitomania é um distúrbio de personalidade em que a pessoa mente compulsivamente e de forma sistematizada, criam fantasias, contam histórias ricas em detalhes e constroem uma realidade própria, diferente das mentiras eventualmente usadas como desculpas sociais diante de uma situação desconfortável, tais como a ausência em uma festa que não se queira ir ou um esquecimento sobre alguma data, dentre outras.
Descobrir a origem dessa necessidade quase sempre remeterá o indivíduo a experiências vividas no passado, onde a mentira foi utilizada como um recurso de defesa diante de situações em que sua autoestima foi abalada ou suas necessidades básicas de afeto e reconhecimento não foram suficientemente atendidas.
Nem todos querem mexer nesse caldeirão, pois consideram vantajoso permanecerem contando e criando cenas e imagens fantasiosas. O problema é quando “acreditam” nessa construção e vivem nessa constante ilusão, prejudicando a si, e algumas vezes aos outros que são incluídos nos seus enredos. E, como bem disse Renato Russo, “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”.
Márcia Píncano Araújo
Psicóloga Clínica
CRP 05/59924
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