O que é o Transtorno de Personalidade Borderline

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), foi introduzido como organização diagnóstica formal, na década de 1980, a partir da publicação do DSM-III (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). No entanto, as primeiras definições do transtorno concernem ao final da década de 1930 e subsistem algumas narrações de quadros similares desde o século XIX. O TPB surge como categoria diagnóstica utilizada de modo mais amplo na clínica psiquiátrica e psicanalítica no princípio da década de 50. Desta forma, podemos considerar que o estudo sobre o Transtorno de Personalidade Borderline evoluiu e vem ganhando popularidade e uma maior precisão. 

O Transtorno de Personalidade Borderline é caracterizado por mudanças súbitas de humor, medo do abandono, raiva, interior vazio, comportamento impulsivo e tendências autodepreciativas. Pessoas diagnosticadas com TPB, variam de uma emoção a outra com muita facilidade e com uma intensidade que, muitas vezes se torna desproporcional à situação real. Esses indivíduos têm medo que as emoções saiam do controle e se tornam mais irracionais em situações de muito estresse, criando uma dependência em relação a outras pessoas. Quem sofre de TPB também possui relações interpessoais intensas e instáveis. 

Apesar da predisposição genética ser fundamental, o ambiente familiar também contribui muito para o desenvolvimento do transtorno, que tem como característica original uma predisposição genética. Geralmente, as famílias típicas são abusivas e instáveis emocionalmente, o que mina a autoconfiança e intensificam a insegurança do sujeito, que cresce sentindo-se incapaz de amar e de ser amado. 

Pacientes com TPB geralmente não reconhecem suas próprias qualidades e precisam que o terapeuta lhes afirme quais são. O profissional vai utilizar a relação terapêutica para oferecer ao paciente um modelo de como respeitar os direitos alheios, expressar suas emoções de forma adequada, dar e receber afeto, afirmar suas necessidades e ser autêntico. A tendência desses pacientes é de mudar rapidamente de um estado para outro, em um momento, estão com raiva e, no momento seguinte, estão apavorados, depois frágeis, depois impulsivos, a ponto de parecerem quase pessoas diferentes. O modo adulto saudável é extremamente frágil e pouco desenvolvido na maioria dos pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline, especialmente no início do tratamento.

           Portanto, o acompanhamento psicoterapêutico é fundamental para o tratamento do TPB e em alguns casos é necessária a utilização de fármacos, conforme avaliação psiquiátrica.

Bianca Ozório de Oliveira

Estudante de Psicologia pela Universidade Salgado de Oliveira

Estagiária do NUAPP

Referências:

YOUNG, Jeffrey E.; KLOSKO, Janet S.; WEISHAAR, Marjorie E.. Terapia do Esquema: guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. São Paulo: Artmed, 2008. 365 p.

DORNELLES, Vinícius Guimarães; ALANO, Diego dos Santos (org.). Transtorno da Personalidade Borderline: da etiologia ao tratamento. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2021. 864 p.

Artigo: Transtorno borderline: história e atualidade de Paulo Dalgalarrondo e Wolgrand Alves Vilela. 20p.

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