O Poder das Emoções: Compreendendo a Influência das Nossas Reações Emocionais

Durante séculos, as emoções foram negligenciadas pela ciência e filosofia, consideradas menos importantes do que a razão e o pensamento lógico. No entanto, no final do século XIX, William James e Carl Lange foram pioneiros ao abordar o tema de forma contundente, enfatizando a ligação entre as emoções e os processos fisiológicos.

 

James e Lange argumentavam que as emoções eram caracterizadas por experiências subjetivas vinculadas aos processos fisiológicos do corpo. Eles alegavam que os sentimentos surgiam da percepção do estado físico. Portanto, segundo eles, não choramos porque estamos tristes, mas ficamos tristes porque choramos. Posteriormente, pesquisadores descobriram que nossas emoções podem ser influenciadas tanto por mudanças físicas quanto por nossos pensamentos.

 

Atualmente, as modernas teorias sobre emoções destacam algumas características elementares. Primeiramente, temos as alterações fisiológicas, como aceleração cardíaca, sudorese e inquietação motora. Em segundo lugar, as alterações na mímica corporal desempenham um papel importante. Em terceiro, temos a experiência subjetiva de sentir uma emoção. Além disso, nossos pensamentos estão intrinsecamente ligados a essa experiência emocional. Por último, ressalta-se que cada emoção está sempre direcionada a um objeto intencional.

 

Joseph LeDoux, por meio de suas extensas pesquisas, mostrou que as emoções podem surgir independentemente do que pensamos. Por meio de estudos com animais, ele demonstrou que estímulos de medo, por exemplo, podem ser processados rapidamente através de um circuito cerebral que não depende do nosso pensamento consciente. Esse atalho, que passa pela amígdala, permite uma reação ágil em situações de urgência, como detectar um cheiro de queimado ou perceber algo que pode causar danos ao organismo.

 

É inegável que as emoções governam nossa existência. Tentamos organizar nossas ações para evitar impactos negativos e buscar experiências positivas. Por exemplo, vamos ao cinema para chorar em cenas dramáticas, frequentamos parques de diversões para ativar nosso sistema de medo e participamos de festas para sentir alegria. No entanto, é importante ressaltar que não temos total controle sobre nossas emoções, o que fica evidente nos crescentes casos de depressão e ansiedade que afetam muitas pessoas.

 

Paul Ekman, renomado especialista em emoções, afirma que elas superam até mesmo as necessidades básicas, como fome, sexo e instinto de sobrevivência. Quando a tristeza é intensa, por exemplo, podemos perder o apetite, ter dificuldade em relacionar-se com as pessoas ao nosso redor e até mesmo desejar a morte. Se a raiva se torna avassaladora e é direcionada para fora, podemos nos tornar insuportáveis no convívio social e agir de forma insana, prejudicando nossa própria existência e a daqueles ao nosso redor. Por outro lado, se a

 

raiva se volta para dentro, pode se transformar em depressão e até mesmo causar pensamentos suicidas. Quando o medo transborda, perdemos a capacidade de agir plenamente e vivenciar a vida em sua plenitude.

 

 

Paul Ekman define as emoções como processos que incluem avaliações automáticas influenciadas por nosso passado evolutivo e pessoal. Sentimos que algo importante para o nosso bem-estar está acontecendo, e isso desencadeia uma série de mudanças fisiológicas e comportamentais. Cada um de nós possui uma realidade emocional particular e única. Uma pessoa deprimida pode enxergar o mundo de forma cinza e acreditar estar em uma situação pior do que realmente está. Já uma pessoa em estado de mania pode criar uma realidade brilhante. Quando alguém está delirando, seus pensamentos podem criar realidades inexistentes.

 

É evidente que as emoções exercem um poder significativo sobre nós. No entanto, não temos controle total sobre elas. Isso pode levar a consequências graves, como os crescentes casos de depressão e ansiedade que assolam a humanidade e lotam os consultórios de psicólogos.

 

Compreender o papel das emoções em nossa vida é fundamental para lidar com elas de forma saudável. Reconhecer a influência do passado, dos traumas e das experiências vividas é essencial para romper padrões negativos e construir uma vida emocional mais equilibrada. A busca por ajuda profissional, como a psicoterapia, pode auxiliar nesse processo de autoconhecimento e transformação.

 

Em última análise, as emoções são parte intrínseca da nossa humanidade. Não podemos negá-las ou controlá-las completamente, mas podemos aprender a compreendê-las, aceitá-las e canalizá-las de maneira construtiva. Ao reconhecer a importância das emoções em nossa vida, podemos buscar o equilíbrio emocional e a felicidade genuína.

 

Equipe NuAPP

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